Porque me assolas?
Transladas minha mente por trás e por diante
Seria eu, ao acaso, seu amante?
Me adornes com a resposta
Me aqueças abrindo a saída
Mostre me a porta
Dê-me por alma aflita, a qual cumpriu seu papel
Por amor, dó ou migalhas, me dê o céu
Acaso teria eu esquecido o meu amor?
Acaso abonei teus serviços?
Acaso teria judiado de alguém?
Mas por certo, entraste em meu lar
Meu único bem
Em putrefação largaste-me
As ideias que lá viviam, agora são comidas
Corroem entre si o seu sentido
Mas não o sabem
Redigindo agora, vejo a perda
Pois palavras não se criam mais
Dê-me perdão!
Um último beijo, uma canção
O exalar das palavras
Ou tranque-me a fala
Pois não a quero
A menos que consiga um suspiro de palavras
Um transpirar de versos, um encharcar de poemas
Se não o for, me venha com edaz
Me traga um copo de veneno, pois só me falta a morte
E percebo agora o quanto estou apodrecendo
Morrerei, honrarei meu lar
Te darei um último golpe
Eis aqui o tal...
Findou-se o falar
Agonizou até a morte, e em diante, seguiu a putrefar
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