-- Esses últimos versos são minha despedida, quero agradecer aos que doaram alguns minutos de atenção, e até breve!
Melodrama sugerido pela paisagem
Me diz que tudo é bobagem
A chama é acessório para vermos as pinturas
Nada é real, nada é certo
A porta dos fundos quem traz a saída
Mas como fugir de mim?
O encontro de duas aves que voam solitárias, remontam o cenário
Destroem os atalhos, e mostram que ao fim de tudo, somos cada um por si
Achamos que poderia dar certo
Fim incerto
A esperança que nos envolve não é real
Na verdade nada aqui é real
O que vivemos, o que somos
Nos enganamos, fingimos acreditar nisso tudo
Sabemos que nunca poderemos nos salvar do nosso inferno
Não sou sua solução
Você não é minha razão
Não se engane
Nunca fui um ponto de fulga
E não tente me enganar, não finja ser meu "pit stop"
Você não tem as peças que eu preciso para me fazer completo denovo
Lembranças escorrem no rosto
Me lembram o quão salgado é o gosto
Lá fora ainda cai a chuva
Umedece a relva, que tão suave cresce
A sua dor ultrapassa as barreiras que nos separam
E eu posso então te sentir
Tão fraca, sua voz ouvir
Busco meios de acreditar
Talvez já não possa
Mas não sei
Pois a água que chega, só vem a canela
A luz que alumia, passa pela janela
Restos, migalhas
Nunca um rosto, nunca um todo
Pois conhecemos bem o nosso abismo
Para morrer, basta estar vivo
A cada centímetro um perigo
Uma cova que nos espera
Um novo início no fim da guerra
Sendo tão frágil, sinto que agora é melhor me silenciar
E tentar espantar o seu medo
Não chore por hoje, isso me destrói
Talvez esteja sentada em seu sofá
Lendo jornais a me esperar
À procura de vícios, nas brechas que ousei deixar
Assim como quando choro um lenço enxuga minhas lágrimas, quando minha caneta se apossa da minha dor e chora, faz assim com que as folhas da minha agenda enxugue as dela
Uma mancha no mapa da minha historia
Se eu soubesse escolher quais as palavras devo usar, deixaria mais tortas as suas diretas
Por instantes assisto a paisagem, mas nada é tão real
Não te vejo
Mas e se visse?
Qual a diferença?
Não sei
Que grande poeta sou eu, me pergunto e não sei a resposta
Acho que é chegada minha hora
Esqueça a minha fala, não tornarei a usar
Não sinto palavras tão receptivas
Cheguei ao fim, e encontrei a partida
Encontrarei um novo início no portão da saída
Nenhum comentário:
Postar um comentário