A cruz se tornou o único suicídio perfeito
O sangue que corria pelo peito
Onde hoje me deito
Me recolho
Olho e sinto
Penso, reflito
Choro e grito
Mesmo distante, ali me aproximo
E estando tão quieto, não me sinto sozinho
Ergo minha voz, e clamo
Há alguém que agora me ouve
Um ser que me entende
Me mostra a culpa, mas não ofende
Mas sim, defende
Me abraça com braços de amor
Simplesmente leva minha dor
Meus gritos em forma de lágrimas
Meus pedidos, atende com lástimas
Conversamos por horas
Por vezes se cala, e de tão ritmado, sei que é minha hora
Então pego meu violão, e toco um acorde
E me sinto no dia de tua morte
Penso em como ter tido tamanha sorte
Um alguém que me salvou
Me tirou do meu medo
Que agora flutuas dentro de mim
Quando a casa não está em ordem insiste em entrar, pegar a vassoura, e ajudar
Arrastr os móveis, e remover a minhas impurezas
Depois de tudo, ainda senta-se a mesa, aceita um café, e todo lamento que vem seguido dele
Mas por quanto tempo ainda retornarás?
Meu peito chora
Pelas vezes que o neguei a Ti
Só pra fazer morada
Por rejeitar um hóspede tão gentil, e puro
Que é o início, e o fim
Que é maior que o mundo, mas cabe em mim
O que dizer dessa graça maravilhosa, que se renova em mim a cada manhã?
O que dizer de Ti?
Quando sendo tão covarde me amaste?
Me dê coragem!
Hoje te peço que me ouças, um último acorde
Aquele que te desperte o olhar
Mas sozinho não posso
Te quero dentro de mim
Para que eu possa voar ao teu redor
Olhar teus olhos, ver te de tão perto
E me mostrar que sou imperfeito
O Homem, o Cara
Do suicídio perfeito
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