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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ao esperar

Tu quem bebes o veneno que lhe corta a boca

A espera da queda do inimigo, um toque fatal, ou não
Apenas que o traga dor
Um sentimento de que não deveria existir
Insistir
Tornando-o tão vulnerável a ponto fazê-lo pensar em desistir
De seus sonhos, e sua vida
Enquanto isso, seu veneno desce a garganta

Seu olhar volta-se ao inimigo, e tem sede de morte
Suas crianças brincam no campo
Entregues a própria sorte
Correm atrás da bola
E você atrás da vingança
E o veneno escorrega a faringe

Você cava com os pés a sua própria cova
E mastiga por si, a terra que o cobrirá
Os vermes, ali passarão
Mas suas pupilas dilatam, e você só deseja a queda
O veneno passa o esôfago

Tão inocente clama pela dor
Inconsciente, não observa o pavor
Seu corpo clama por salvação
Sem perceber, suas mãos paralizam
Assim como seu pensar
O veneno escorre, sendo filtrado, e vence por seu fígado

Intrigado por incômodos, gela
Busca forças para concluir sua vingança
Busca um algo que sua mão não alcança
Seus olhos se enchem de fúria
Seu corpo treme, e sangue lhe vem a boca
Enquanto o veneno já alcança seu estômago

Seu corpo adoece
O chão não é mais tão seguro, se torna escorregadio
No momento em que se vê sozinho
Agora permanece calado
Silêncio reina, e com ele o fim esperado
O momento é chegado
Por tantos pedidos, e muita sorte
Eis a tão esperada morte

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